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Assim como Bolsonaro, Alessandro não gosta de pobre, afirma Rogério

Por Joedson Telles 

O senador Rogério Carvalho (PT) afirmou, nesta terça-feira, dia 4, que o também senador por Sergipe, Alessandro Vieira (Cidadania), votou pela criminalização dos pobres, num acordo com o pensamento do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Rogério se referiu à Medida Provisória que busca coibir fraudes nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e foi aprovada por maioria – 55 votos favoráveis e 12 contrários. Na prática, a MP criará um programa de revisão de benefícios previdenciários, exigindo cadastro do trabalhador rural, excluindo a mediação dos sindicatos. Outrossim, restringe o pagamento de auxílio-reclusão às famílias dos presos que estiverem cumprindo pena em regime fechado. O senador do PT entende ser preciso combater a corrupção, mas sem acabar com direitos conquistados há 100 anos pela camada mais pobre da população brasileira, sobretudo os pobres sergipanos, que, segundo o petistas, muitos morrerão de fome.

“A Medida Provisória criminaliza a organização sindical, criminaliza os pobres brasileiros, estabelece o poder para os auditores que impedem que outros profissionais possam dizer se aquela condição de doença é permissiva ou não, o que vai impedir que pessoas incapacitadas possam ter o auxílio doença. É uma medida que vai dificultar o acesso aos programas de defeso e vamos ter um ataque ao meio ambiente e a espécies em extinção. Estamos diante de um governo que tem adotado medidas que dificultam o acesso aos mais pobres e lidera a destruição do meio ambiente e de recursos naturais fundamentais para que a gente possa viver num planeta mais saudável e habitável”, disse Rogério Carvalho.

Justificando seu voto contra a MP governista, o senador do PT assegurou ter optado por uma posição de muita convicção em favor dos mais pobres, dos deficientes, dos trabalhadores rurais. Segundo ele, mais de 50% do estado de Sergipe, a renda da aposentadoria rural representa para a economia do estado mais de 200% do que representa o FPM. “Estamos falando de um empobrecimento real que vai acontecer no estado. A corrupção e a fraude não precisavam de uma medida que criminaliza os sindicatos e os mais pobres Eles poderiam fazer o combate, e eles têm dados com todos os meios que estão à disposição do Governo Federal”, disse.

De acordo com Rogério, ao mexer no auxílio reclusão, um benefício que tem mais de 80 anos, abre-se a possibilidade de filhos de presidiários serem recrutados por facções criminosas. “Pelo PCC, pelo Comando Vermelho como forma de sustentar a família. É preciso que a gente tenha muita clareza e responsabilidade com o que estamos fazendo. Eu fico triste com o meu colega porque ele pode ter a posição dele, mas tentar fazer propaganda da posição dele desrespeitando a posição dos outros eu não acho correto. Da mesma forma que ele agiu comigo desta maneira, eu digo que o voto dele é pela criminalização dos pobres de Sergipe e do Brasil porque, assim como Bolsonaro, me parece que ele não gosta de pobre”, afirmou.

Rogério explicou ainda que, ao aprovar a MP, os senadores retiram o papel de mediador dos sindicatos rurais e colocam nas mãos dos prefeitos. “Agora, as prefeituras vão fazer os cadastros. As prefeituras vão ter um papel muito importante para incluir milhões de aposentados rurais, que sustentam suas famílias, hoje, graças à proximidade que os sindicatos têm com o trabalhador do campo.A questão central é que essa Medida Provisória vai dificultar o acesso dos mais pobres aos benefícios. O tempo dirá quem está com a razão em termos de ser mais ou menos justo. O mesmo governo com quem o senador Alessandro fez acordo ontem para votar a Medida Provisória fez um acordo, na semana passada, dizendo que não vetaria a gratuidade da bagagem. Já está anunciando que vai vetar. Agora, ele fez um acordo com o senador Alessandro, que acreditou que vai ter um prazo maior na Reforma da Previdência e sabemos muito bem como funciona a política. O governo concorda com tudo, mas quem tem experiência de parlamento sabe que, mais na frente, não cumpre nada”.

De acordo com Rogério Carvalho, Alessandro Vieira, ao votar favorável à MP, se declarou da bancada de Bolsonaro – e vai votar favorável também a Reforma da Previdência proposta pelo governo. “Espero eu que ele não faça essa traição ao povo pobre de Sergipe que acreditou nele. Essa história de combate à corrupção está virando um argumento para praticar todos os tipos de crueldade. Tirar um benefício de uma pessoa que tem uma coluna com artrose, com degeneração, que não consegue trabalhar e botar essa pessoa para trabalhar é matar de fome. Quando você corta um benefício de uma pessoa que tem doença mental e não consegue trabalhar porque não consegue emprego, que tem um distúrbio leve, essa pessoa vai passar fome. Quando eles cortaram o auxílio reclusão às famílias dos presos que não têm nada a ver com os crimes cometidos, quem tiver criança vai passar fome. Essa medida é a mini Reforma da Previdência. Acho que a gente tem que combater a corrupção, mas não usar o discurso para fazer crueldade com o povo mais pobre do Brasil”, finalizou.

Com informações da FM Jornal 

Modificado em 04/06/2019 12:11

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