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Analfabetos em saúde pública, mas PhD em ações nocivas à sociedade

Dinheiro não é o problema. Mas o destino das cifras

Por Joedson Telles

Durante uma homenagem que fez aos médicos de Sergipe, na tarde da última quinta-feira 31, na Assembleia Legislativa, a médica Angélica Guimarães, que preside o Poder Legislativo de Sergipe, salientou que, no Brasil, analfabetos em saúde pública se trancam em gabinetes em Brasília e decidem como gastar bilhões de reais para transformar a saúde através do Programa ‘Mais Médicos’ e zero de estrutura.

“Neste país, remunera-se mais, e muito mais, quem julga do que quem salva vidas. Por isso, o nosso Brasil é um País doente. Estatísticas indicam que mais de 150 milhões de brasileiros dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), para obter a assistência médica indispensável e garantida pela constituição”, disse.

O discurso da deputada, legitimada como médica e política para ajuizar sobre o tema saúde pública, observe-se, precisa ganhar eco. Há anos vivemos com estes problemas e com discursos de candidatos a presidente, governador, prefeito… que “saúde é prioridade”. Na prática, todavia, não há resultados satisfatórios. A prioridade é outra.

A impressão que se tem é que o dinheiro público escorre pelo ralo mesmo. Que há gestores mal intencionados que usam a saúde como desculpa, sempre argumentando ser preciso mais e mais dinheiro, mas, na hora de aplicar o dinheiro do contribuinte, priorizam outras coisas. Algumas, aliás, impublicáveis. É como se houvesse a necessidade crônica de não equacionar os problemas da saúde para não sepultar a desculpa de “destinar mais e mais recursos à área”. Uma espécie de “galinha dos ovos de ouro”, como diz o senso comum. Evidente que ninguém resolve todos os problemas. Mas há inúmeros propositais.

A deputada Angélica Guimarães acerta o alvo quando afirma que analfabetos em saúde pública controlam os recursos, enquanto o país continua doente. Arisco ir mais além: analfabetos em saúde pública, mas PhD em ações nocivas à sociedade. Em tirar vantagens olhando o próprio umbigo. Em cinismo para, a cada eleição, botar a cara na TV e pedir nova chance com velho discurso. Quanto às mazelas que afetam o doente país, creio que a falta de discernimento para filtrar e extirpar figuras descartáveis que sugam o dinheiro público se constitui na maior delas.