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Almeida Lima volta à prisão? É isso?

Por Joedson Telles

No sucesso ‘Metamorfose Ambulante’, o polêmico cantor baiano Raul Seixas, que, se vivo, estaria fazendo aniversário, coincidentemente, no dia de hoje, 28 de junho, diz textualmente: “Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes”. Mais adiante ratifica: “Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes”. As frases do ‘Maluco Beleza’, que há muito não escuto, povoaram minha mente instantaneamente quando li no site Universo Político.com e, posteriormente, no Sergipe 247, que o deputado federal Almeida Lima, ao pousar no PTB, ventilou que sua missão é aproximar a legenda do PT e do PMDB.

Com a palavra Almeida Lima: “No Estado, é o PT e o PMDB que representam o Governo Federal. Não estar com o Governo estava incomodando o PTB. O PTB nesse momento sai aqui de uma orientação política contrária ao governo do Estado. Em Sergipe, estamos abertos para um diálogo com Jackson Barreto para conversar e estabelecer um entendimento, ver como podemos contribuir, e qual espaço o PTB pode ocupar nesse novo momento”, disse.

Veja, agora, internauta, o que disse o mesmo Almeida Lima, no dia 2 de setembro de 2011, ao ser entrevistado pelo radialista Jailton Santana, na Ilha FM: “Volto a ser um pássaro livre para voar. Na oposição, vou dar uma contribuição grande ao País”.  Na época, Almeida Lima comemorava o fato de ter conseguido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a garantia de deixar o PMDB sem que a Lei da Fidelidade Partidária fosse posta em prática, e ele perdesse o mandato.

Almeida fundamentou o seu pedido de desfiliação argumentando que sofria discriminação e perseguição dentro do PMDB Nacional por conta da sua postura contra o PT, aliado do mesmo PMDB que tenta se aliar neste instante. Pesou também pra conseguir o passe livre a conhecida animosidade com o vice-governador Jackson Barreto (PMDB) e a falta de harmonia com o PT de Sergipe.

Nada contra o senhor Almeida Lima. Entretanto, volto a incomodar os botões: Almeida volta à prisão sem poder dar contribuição ao país? É isso? Indago outra vez: seria a flagrante ululante incoerência a tal nova ordem política da qual Almeida Lima tanto falou durante a campanha de 2012? São por essas e outras que o eleitor aracajuano, quando pesquisado, colocou Almeida Lima nas últimas colocações com percentuais desprezíveis, na eleição de 2012. Aliás, o próprio Almeida jogou a toalha, evitando um vexame maior.

Que a política é uma eterna caixa de surpresa incoerente em si mesma não há dúvida. Que os políticos agem subestimando a inteligência do eleitor muito menos. Que o jogo tem como regra maior os interesses pessoais e retórica para não perder o voto do eleitor de vista soa desnecessário lembrar aos mais lúcidos. Que 2014 bate à porta e traz consigo o vale tudo está cristalino. Mas que às vezes a coisa extrapola além da conta, ah, sim, extrapola. Ou não? Todavia, como também cantou Raul Seixas, em Sociedade Alternativa, “…faz o que tu queres, pois é tudo da lei”.