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“Agora doutor João nos colocou à disposição o direito de indicar o vice, mas colocou de forma tardia. Valadares Filho colocou essa possibilidade há um bom tempo”, explica André Moura

André Moura: decisão em conjunto

Por Joedson Telles 

O deputado federal André Moura (PSC) explica nesta entrevista o que fez o grupo liderado por ele e pelo senador Eduardo Amorim (PSC) descartar apoiar a pré-candidatura do prefeito João Alves (DEM) – e optar pelo projeto Valadares Filho (PSB). Com anúncio marcado para a próxima quarta-feira, dia 27, André Moura diz que João Alves demorou a oferecer o espaço do pré-candidato a vice-prefeito ao bloco. Em contrapartida, as conversas com o pré-candidato Valadares Filho foram avançando. “Agora doutor João nos colocou à disposição o direito de indicar o vice, mas colocou de forma tardia enquanto Valadares Filho colocou essa possibilidade há um bom tempo. O gesto de Valadares de colocar a vaga de vice-prefeito à disposição criou uma simpatia dentro do grupo e minha condução e do senador Eduardo com esse grupo não pode ser de cima para baixo. Tem que ser na base do diálogo e quando vamos conversar com o grupo, hoje, o grupo quer Valadares Filho”, explica. A entrevista

O PSC acabou apoiando o projeto Valadares Filho. Por que não o palanque de João Alves, mais uma vez? 

Eu diria que hoje estamos 90% alinhavado com Valadares Filho. Tivemos reuniões com Valadares Filho e o senador Valadares. Sentamos para ouvir o prefeito João Alves, o vice-prefeito José Carlos Machado. Conversamos com lideranças políticas ligadas a ambos os grupos, mas eu sempre dizia, há mais de um ano, e alguma pessoas diziam que eu falava para pressionar João Alves, para poder indicar o candidato a vice, que nossa intenção era uma candidatura própria. Eu defendi o nome do senador Eduardo Amorim porque entendi que era um nome preparado para administrar Aracaju. O senador achou por bem preservar o nome para as eleições de 2018. Eu dizia naquele momento que havia possibilidade de fazer entendimento com o prefeito João Alves, mas não abriríamos mão de indicar o nome do pré-candidato a vice-prefeito. Não só dele, mas de qualquer outro que a gente viesse apoiar.

Ele não aceitou? O que faltou para costurar essa aliança, então?

Todos sabem da minha admiração e do meu carinho pelo prefeito João Alves, mas em política chegam momentos que você tem que respeitar a decisão do grupo, e eu não tenho o poder – e nem é minha característica – decidir de cima para baixo. Sempre discutindo com todos. E nós dizíamos que precisávamos sentar com ele (João) para resolver essa questão. Mas ele sempre teve a característica de deixar para decidir tudo de última hora. O jogo está nos 45 do segundo tempo, ele chega para decidir. Gosta do suspense.  Na maioria das vezes, o suspense deu certo, mas nem sempre é assim. Pode dar certo ou errado. Eu dizia a ele que precisávamos resolver a questão do vice e ele dizia que era escolha dele. Eu lembro bem que eu dei uma entrevista sobre a questão do vice-prefeito e depois um repórter lhe entrevistou e ele disse que a questão do vice quem escolheria era ele.  Tivemos algumas vezes com doutor João nos últimos 30 dias, mas em nenhuma das reuniões avançou nesse sentido.

Mas ele não dizia nada?

O entendimento que ele fazia como possível era que a gente fizesse parte da administração dele. Eu dizia que ele foi eleito prefeito com nosso apoio, mas não pedimos nada. A gente não está atrás de emprego e nem de cargo. Estamos acostumados afazer oposição e quem faz oposição faz por um ideal. Queremos participar do processo. É justo que o maior agrupamento político de oposição do estado possa contribuir fazendo parte da chapa majoritária. E discuti também o processo de 2018. Enquanto ele não tinha essa definição as nossas conversas com Valadares Filho foram avançando de tal maneira que o entendimento majoritário do grupo é o apoio a Valadares Filho.

João Alves “dormiu no ponto”?

Agora, doutor João nos colocou à disposição o direito de indicar o vice, mas colocou de forma tardia enquanto Valadares Filho colocou essa possibilidade há um bom tempo. O gesto de Valadares de colocar a vaga de vice-prefeito à disposição criou uma simpatia dentro do grupo e minha condução e do senador Eduardo com esse grupo não pode ser de cima para baixo. Tem que ser na base do diálogo e quando vamos conversar com o grupo, hoje, o grupo quer Valadares Filho. Temos outra reunião agendada com Valadares Filho para esta segunda-feira. Vamos ter outra com doutor João, e qualquer que seja a nossa decisão vamos comunicar olhando nos olhos e dizer os motivos pelos quais optamos pela candidatura ‘A’ e não pela ‘B’. A ideia do nosso grupo é fazer a boa política dessa maneira, de forma transparente. Vamos anunciar nosso apoiamento na próxima quarta-feira (27).

O deputado federal Fábio Mitidieri já disse que não permanecerá apoiando Valadares Filho, se André Moura, Eduardo Amorim e os demais do grupo desembarcarem no projeto. João Alves pode ser uma saída para Fábio Mitidieri?

Eu preferia que ele ficasse conosco. Tem espaço para todo mundo. Eu acho que esse processo de 2016 está muito ligado a 2018 e cada um tem seus sonhos. Todos sabem que ele tem um planejamento de ser candidato a senador. É legítimo o sonho dele. É uma grande liderança política, mas acho que tem espaço para todo mundo. Vamos chegar em 2018 com quatro vagas majoritárias. Eu gostaria muito que Fábio ficasse no agrupamento de Valadares Filho. Acho que é um grande nome. Novo na política de Sergipe e está fazendo um grande trabalho na Câmara Federal. É um parlamentar que em tão pouco tempo tem mostrado sua competência, tem compromisso com Sergipe e com suas bases. Gostaria muito que ele ficasse nesse agrupamento, que é um agrupamento novo que está surgindo em Sergipe.

Novo literalmente?

O que mais nos encantou, o que mais fez com que nosso grupo tivesse a tendência para apoiar Valadares Filho é a proposta de um novo grupo em Sergipe. São pessoas que não tiveram a oportunidade de administrar o Estado. Tem o senador Valadares (que já governou), mas ele já anunciou que não vai ser candidato em 2018. É um grupo novo que se faz para 2018 com pessoas como eu, o senador Eduardo, com Valadares Filho, com Fábio Henrique… Estamos discutindo um entendimento com o deputado federal Pastor Jony, com pastor Heleno. É esse projeto de um novo grupo para Sergipe que o povo cobra. Renovação. Todos sabem que eu sou adversário ferrenho do governador Jackson Barreto, mas ele mostrou desprendimento em um ponto: quando ele mesmo disse que chegou agora de pessoas como ele se aposentar da política.

O deputado André Moura acredita nele?

Se pelo menos nesse ponto ele cumprir a palavra (risos), eu acho que cada um contribuiu da sua maneira, uns mais outros menos. O próprio Jackson enquanto deputado federal, prefeito, governador, apesar do caos administrativo hoje no estado. João Alves já contribuiu, Albano, Valadares, que teve o desprendimento dele mesmo de dizer que não é mais candidato a senador, não é que ele não pode ser mais candidato, ele pode ser candidato, deve ser candidato, tem contribuído muito para nosso estado, mas teve desprendimento. Ele vai completar 24 anos como senador e abre espaço para novos nomes. Temos esse grupo na política desde 1982 ocupando os cargos mais importantes do Estado e hoje há um clamor não só do povo sergipano: é o país que exige novos nomes. O que mais encantou para que esse alinhamento esteja muito próximo de acontecer foi essa proposta.

Mas pesou também o fato de a vice ser oferecida.

A questão da vice foi simbólica para nosso grupo. Somos o maior grupo de oposição do estado. Como não vamos fazer parte da chapa majoritária? É óbvio. Só doutor João que demorou a entender isso e veio entender, na semana passada, quando nos colocou o direito de indicar o vice, quem quer que seja. Mais do que isso é o projeto representando Sergipe. São caras novas na política. É a cara da boa política que temos que trazer para Sergipe e foi esse projeto que foi decisivo para que o encaminhamento esteja bem próximo de acontecer ao apoiamento a Valadares Filho.

Quando cita João Alves nesta lista dos que contribuíram, o deputado está sugerindo aposentadoria ao prefeito de Aracaju?

Todos sabem do carinho que eu tenho por doutor João. Quando eu dizia há um ano que ele devia sentar com a gente é porque eu queria um entendimento com doutor João. Todos sabem que trabalhei para isso em 2010, em 2012, em 2014 e gostaria muito em 2016 porque eu sou um admirador do homem público João Alves. Doutor João fez as grandes obras desse estado, mas chega o momento que é preciso renovação. Você acaba cansando. É natural. Que bom seria se Pelé pudesse estar jogando até hoje. Isso é com qualquer um. Agora era o momento de doutor João entender que ele talvez é o maior homem público de realização das grandes obras públicas em Sergipe e ninguém vai negar isso. Mas o momento é outro, o estilo de administrar hoje é outro tem que se adaptar às novas realidades do momento. Fazer administração hoje não é como se fazia á 20 anos atrás. A equipe de doutor João já é cansada e agora ele tem dificuldades de mudar as peças. Ele tirou Luiz Durval, não tinha quem colocar na Infraestrutura, passou 60 dias sem colocar e não trouxe alguém da área. Foi buscar para tocar Carlos Batalha, que é jornalista. Colocou na Emurb agora Sidcley, que é uma ordenança dele. Você chega num ponto que não vai acompanhando a modernidade e termina ficando para trás. Doutor João tem uma grande visão, mas o tempo de hoje exige pessoas com ideias mais atualizadas. Sou admirador dele, aprendi muito com ele quando secretário de Estado, gosto demais dele, dei todas as sinalizações que eu gostaria que o entendimento pudesse ser possível, não significa dizer que está descartado, mas está muito difícil de acontecer porque o grupo tem um alinhamento de defender o nome de Valadares Filho e chega um momento que eu não posso ser uma corrente contrária ao que o agrupamento quer. A gente tem que respeitar e saber seguir a decisão do grupo.

Muitas convenções do PSC e partidos aliados neste fim de semana que passou?

Um final e semana movimentado no interior começando as convenções. Tivemos no lançamento da pré-candidatura de Dr. Gilson em Estância, depois em Ilha das Flores na convenção do prefeito Cristiano Beltrão, neste domingo já uma em Pacatuba, do atual prefeito Alexandre, vamos a São Miguel do Aleixo. A partir de agora a tendência é se intensificar e também, além das convenções do interior, a gente também organizando a nossa estrutura em Aracaju, temos vários partidos da nossa base aliada e nesses partidos têm algo em torno de cem pré-candidatos a vereador em Aracaju e nesse momento também é hora de organizar as coligações proporcionais e discutir a questão da chapa majoritária. Um início de período de convenções bem movimentado.

Em Japaratuba, onde o partido aposta na pré-candidatura da ex-prefeita Lara, o deputado espera uma campanha baixa?

De todas as maneiras. No sábado, nossos adversários espalhavam boatos nas redes sociais que eu tinha sentado para fazer um acordo com o atual prefeito Hélio Sobral. Isso seria o cúmulo do absurdo. Isso não é só em Japaratuba. Quando a eleição é municipal as questões locais ficam mais afloradas e isso acontece aqui em Japaratuba e em outros municípios. O acirramento é maior porque você lida com as questões menores do município. Esse é um período de uma política definida muito nos detalhes. Quando é uma política ema nível estadual a discussão é maior. Quando é municipal, as questões locais terminam se transformando numa coisa grande, mas isso é normal. Nós iniciamos a nossa vida pública em 1996, quando prefeito de Pirambu fazendo política municipal e a gente sabe que vamos enfrentar esse tipo de coisa principalmente numa campanha de Japaratuba que tem um envolvimento direto do governador que tem pré-candidato, que é o atual prefeito e tem estado aqui frequentemente. Tem do outro lado uma pré-candidatura que a gente sabe que não existe porque judicialmente não tem legitimidade para acontecer que é do ex-prefeito de Capela Sukita, mas que insiste em ser pré-candidato.

Tem futuro essa pré-candidatura?

Todos nós sabemos que ele não tem condições de ser candidato, mas é uma campanha que hoje a gente tem a certeza que o sentimento do povo de Japaratuba é forte de mudança. É trabalhar. Eu acho que a gente tem que estar preparado na política, para que pessoas que estão fora do cenário, que estão no ostracismo e querem criar fatos para que a gente termine indo para o embate, dando palanque, para que essas pessoas possam voltar ao contexto da política estadual, e tentaram fazer isso comigo, mas eu estou vacinado para esse tipo de coisa. Minha discussão é para quem realmente está no contexto da política sergipana e do Brasil e não quem não tem legitimidade jurídica para estar na política.

Modificado em 25/07/2016 09:27

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