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A capacidade produtiva da pessoa com deficiência não pode ser desprezada

Por Lucas Aribé

O trabalho é sem dúvidas um dos mais importantes instrumentos de transformação social para a vida de um cidadão. Ele é capaz de proporcionar dignidade, bem-estar e satisfação pessoal. Por isso, há quase três décadas o Brasil ganhou um instrumento legal com a finalidade de permitir que essa oportunidade de desenvolvimento também esteja ao alcance das pessoas com deficiência. O 29º aniversário da Lei de Cotas ( 8213/1991), neste 24 de julho, nos convida a uma reflexão sobre os caminhos que ainda precisam ser trilhados para modificar o pensar e o agir do mercado de trabalho brasileiro a fim de que os trabalhadores com deficiência sejam inseridos e valorizados de fato.

Os dados mais atuais do Censo do IBGE apontam que cerca de 20 milhões de brasileiros com deficiência declararam possuir alguma ocupação. No entanto, apenas cerca de 360 mil deles trabalham com carteira assinada, o que corresponde a 1% da força de trabalho formal no país. Ou seja, há milhares de pessoas com deficiência com vontade e, acima de tudo, potencial para produzir. As vagas? Elas também não faltam. Atualmente, 48% de todas os postos destinados à essa população são ocupados.

Diante desses dados, você deve estar se perguntando: se há mão de obra e postos de trabalhos disponíveis, por que a conta ainda não fecha? Os números são resultado da dificuldade de acesso ao direito à educação, outro paradigma que ainda precisa ser quebrado para a efetiva inclusão social em nosso país. Para além disso, a própria Lei Brasileira da Inclusão (LBI) já definiu que as empresas devem propiciar mecanismos de capacitação profissional no processo de inclusão.

Fato é que o Brasil ainda carece de um esforço conjunto para dar os passos necessários à ampliação do número de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, fazendo todas as mudanças estruturais e atitudinais necessárias para garantir as condições do exercício profissional desses cidadãos, e sobretudo, humanizando o ambiente laboral. É substancial investir na empregabilidade dessa população, que por décadas viveu à margem do Estado, mas já se mostrou capaz de dar importantes contribuições à força de trabalho brasileira, ajudando a alavancar o ainda mais necessário crescimento da nação.

Lucas Aribé, vereador de Aracaju

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