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99% do eleitor está descrente, afirma Reinaldo

“Se disser que o voto não é obrigatório você vai ver a barbaridade que vai acontecer”, acredita

Reinaldo: o povo não acredita

Por Joedson Telles

O ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe (TCE), Reinaldo Moura, que tenta voltar à Assembleia Legislativa nas eleições deste ano, ajuizou que ao candidato ao Governo do Estado não basta apenas dizer que vai resolver os problemas, mas apresentar um projeto à sociedade que aponte soluções. “Eu acho que vai ganhar a eleição quem tiver condição de passar essa mensagem de confiança ao eleitor, porque ele está descrente 99%. Se disser que o voto não é obrigatório você vai ver a barbaridade que vai acontecer no Brasil inteiro de abstenção e de não comparecimento nas ruas”, acredita.

Provocado sobre os desafios do futuro governador de Sergipe, Reinaldo ajuizou que o povo já não acredita mais nos serviços de saúde, segurança, educação e mobilidade urbana que estão sendo oferecidos. “No horário eleitoral, o candidato tem que dizer como vai melhorar. Segurança não melhora, se, no mínimo, não colocar na rua dois ou três mil policiais. Segurança está provado que se faz primeiro é cuidando no social, na criança ainda dando condição de vida, dignidade, mas se já não tem mais jeito aí se resolve com polícia na rua”, explicou.

Segundo Reinaldo Moura, no estado de São Paulo os índices de criminalidade caíram porque o Governo do Estado colocou, de uma vez só, o equivalente a todo contingente da Polícia Militar de Sergipe. “Que é de 5 mil homens. Tenho certeza porque o Tribunal de Contas é a última instância a julgar aposentadoria de servidor público reserva e militar. Todo dia a gente julgava. Professor, a mesma coisa. Cada sessão do TCE eu julgava de 4 a 5 pedidos de aposentadoria de professor. Veja isso toda semana? E quando abre vaga é só para mil professores. Não resolve o problema. Segurança só resolve assim. Ou cuida lá em baixo, na parte social, mas se perdeu o domínio lá em baixo só cuida com contingente de polícia na rua”, disse.

Sobre Educação, Reinaldo Moura avalia ser preciso priorizar transporte de qualidade e merenda de qualidade, entre outros pontos. “Você vai para o interior é transportado em ônibus caindo aos pedaços, até com buraco no piso. Qual é a motivação que uma criança dessa tem de estudar? Nenhuma. Grande parte já sai de casa para comer. Se já vai para comer ou para a mãe ganhar o Bolsa Família ou Bolsa Escola já vai com má vontade, imposto. Então, dê uma condição que a criança veja que ir para escola é um bom negócio. Vai merendar, mas também vai estudar. Eu me lembro que na minha época tinha professor de educação física e era obrigado a fazer. Em educação eu acho que passa por aí”, disse.

Segundo o ex-conselheiro do TCE, já a questão da mobilidade urbana passa por uma transformação que exige coragem e dinheiro do gestor. “Tem que dar mobilidade para Aracaju que ainda é uma cidade nova. Para facilitar em determinadas situações, tem que mexer em imóveis”, disse observando que as desapropriações sempre exigem muito recurso.

De acordo com Reinaldo Moura, a saúde, por mais que se faça, é uma questão muito mais complexa. “Inaugura hoje 100 leitos no hospital e no outro dia vai lá e está precisando de mais 100, porque os 100 estão ocupados. Procura dotar o interior de uma determinada situação, mas o posto de saúde do interior é apenas o local de onde o paciente vai sair para vim para o Hospital João Alves. Nem sempre é culpa do administrador porque às vezes não tem um médico que queira trabalhar no interior. Para mandar um médico para a Barra dos Coqueiros não deve ser menos de R$ 10 mil. O médico não quer ir para o interior. No máximo, quer ir para Barra dos Coqueiros, Pirambu, mas manda para Canindé, Poço Redondo, Porto da Folha…”, sugeriu.

O ex-deputado salienta que o negócio é complexo porque o Governo Federal tem o dinheiro para montar uma equipe de Médico da Família, mas nem sempre encontra o profissional. “Tem um prefeito que foi punido porque era para conseguir médico para os dois turnos e ele só conseguia médico para um. A fiscalização veio do Tribunal de Contas da União. Ele falava que ou dava folga a ele para ele ganhar R$ 2 mil por um plantão em Aracaju ou dizia a ele que ele fica um turno e paga R$ 2 mil. É um negócio que não depende apenas do gestor, mas depende de um conjunto de fatores.

Modificado em 29/07/2014 09:01

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