Por Joedson Telles
Que o PT, a exemplo dos demais partidos, tem quadros idôneos, preparados e bem intencionados não se discute. Silvio Santos, Eliane Aquino, Márcio Macedo… Todavia, se quer mesmo o respeito e a confiança da população para tentar obter êxito nos pleitos de 2020 e 2022 precisa arrumar a casa, mostrar coesão, coerência. Decidir o que quer, apresentar o projeto à sociedade e entrar na disputa, respeitando aliados e adversários. Dando bico em canela não vai. Os tempos são outros.
Hoje, é visível a falta de um líder na legenda, como foi o saudoso Marcelo Déda, e o resultado é um bater de cabeça sem fim. O que passa à sociedade o óbvio: se o PT não se organiza internamente como pode ter o melhor projeto para organizar Aracaju – ou mesmo Sergipe? O PT criando seus próprios problemas? Já não basta o perfume da corrupção que teima em projetar de figurões do PT Nacional?
Lideranças do partido em Sergipe já anteciparam: não abrem mão de lançar um candidato próprio a prefeito de Aracaju, nas próximas eleições. Inclusive tentam justificar o que motiva o afastamento do prefeito Edvaldo Nogueira com argumentos ilustrativos.
A gestão Edvaldo estaria, segundo alguns petistas, distante do projeto pensando pelo agrupamento em harmonia com a semente plantada, em 2000, com a eleição do saudoso Déda.
O argumento, em sendo comprovado, é mais do válido, já que se trata do PT e PC do B, partidos tidos de esquerda, cujo discurso sempre velou a ideologia com foco no social.
Entretanto, para criticar Edvaldo publicamente, falando em rompimento e candidatura própria, o PT, primeiro tem que explicar porque, até ontem, tinha Eliane Aquino como vice-prefeita de Edvaldo, e, obviamente, só deixou de ser porque foi eleita para um cargo maior. Se Edvaldo peca tanto assim, o PT compactuou com os pecados ou se omitiu?
Além de precisar remover essa pulga da orelha do eleitor, o PT, para dar sentido ao seu juízo, precisa entregar todos os Cargos Comissionados que tem na Prefeitura de Aracaju. Que história é essa de ocupar espaços e criticar a gestão? Bolas! Se não serve não faça parte.
Manda o bom senso também parar de criticar as alianças que Edvaldo faz ou deixa de fazer em torno do seu projeto. Qual o sentido de o PT anunciar candidatura própria e, ao mesmo tempo, condicionar apoio a Edvaldo a não composição com o deputado Laércio Oliveira? Engana a população, ao anunciar algo que não existe, ou ludibria Edvaldo, prometendo apoio e apresentando candidato?
Sem falar que, como bem observou o presidente do PC do B, Júnior Trindade, aqui no Universo, trata-se do mesmo Laércio Oliveira que esteve no palanque do então candidato a governador Belivaldo Chagas e sua vice a petista Eliane Aquino, que, aliás, não tem ecoado incoerências.
O PT está, visivelmente, fragmentado, sem coerência. Insisto. É um partido importante e, como já posto aqui, com grandes quadros. Porém, se não se ajudar, se não buscar, sobretudo, unidade e sentido nas ideias, além de dificilmente obter êxito no próximo pleito, irá se isolar e comprometer até a esperança que tem em 2022.
