Por Joedson Telles
Nesta quinta-feira 29, véspera de o servidor público ganhar um folga em ausão ao seu dia – ainda que a maioria esteja sem dinheiro no bolso para aproveitar o feriadão -, o deputado estadual Georgeo Passos (PTC) não passou batido no calendário. O parlamentar foi à tribuna e ecoou traços tortuosos do governo Jackson Barreto (PMDB) quando o assunto é corresponder às expectativas do servidor público. Lembrou que a palavra de ordem é insatisfação.
“Há um descontentamento dos servidores de todas as esferas. Os servidores do Executivo passam por um momento de incerteza: não sabem se vão receber em dia. Possivelmente, mais um parcelamento”, observou, tendo como base a dependência do caixa do governo aos depósitos judiciais barrados pela Justiça até que o Estado cumpra o dever de casa.
“O Governo do Estado está entre a Cruz e a Espada para honrar com os salários dos servidores. No que diz respeito aos depósitos judiciais do Banese, o Estado já pegou os 70% que lhes era permitido. Se pegar o fundo de reserva, o Governo de Sergipe descumprirá a Legislação aprovada nesta Casa. Quando os políticos querem votos, vão atrás dos eleitores, mas, infelizmente, não conseguimos dar a resposta que a sociedade almeja – e a população está pagando um preço muito alto. Imagine um policial ou qualquer outro servidor, trabalhar o mês todo e, no final do mês, não ter seu salário integralmente depositado?”
As palavras do deputado em forma de desabafo não deixam de ter sentido. Aliás, acredito que a maioria dos servidores assina a nota. Há políticos que, de fato, maltratam a população quando estão no poder e, ao final do mandato, emergem tranquilamente pedindo o voto. Apresentam meia dúzia de promessas que não vão cumprir, detonam adversários e aguardam a ingenuidade do eleitor que não tarda. Político ruim tem no atacado. Mas é bom não esquecer: nenhum chega ao poder sozinho. Em Sergipe, por exemplo, há figuras pra lá de marcadas com o carimbo do descompromisso. Da falta de empatia com a população. E o eleitor sabe disso. Vota porque quer.
