Por Joedson Telles
Ao ser provocado sobre o futuro do presidente da República, Michel Temer (PMDB), se ele consegue terminar o mandato, se será afastado ou se renunciará, o deputado estadual petista Francisco Gualberto usou da ironia para emitir sua opinião. Segundo o deputado, o país está sem presidente, desde que houve o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) ou o “golpe”, como petistas e aliados definem a saída da presidente do cargo.
“Qual? O Brasil tem presidente? Tem um usurpador, um golpista. Tem lá alguém no cargo porque a elite brasileira assim quer. A grande imprensa, o capital internacional, os Estados Unidos, a direita brasileira… Esses setores queriam alguém que poderia se chamar Michel para cumprir uma tarefa que é de entregar o Brasil e fazer as reformas que interessam ao capital”, disse o deputado.
Gualberto salienta que, entre os problemas criados para os brasileiros, neste mais de um ano que o Brasil “está sem presidente”, o governo conseguiu aprovar no Congresso um Projeto de Lei garantindo a um estrangeiro comprar a quantidade de terra que desejar no Brasil – onde quiser. “Se fizerem um consórcio de empresas americanas, compram a Amazônia. A lei garante que o cara pode comprar. Já aprovaram a desregulamentação das leis do trabalho, que isso é um caminho para quebrar a Previdência”, diz.
Gualberto afirma que, recentemente, o Governo Federal anunciou que, com a diminuição de benefícios para pessoas que estavam em fase de atendimento pela Previdência (por doença ou por invalidez), economizou R$ 1,3 bilhão – e a meta é chegar a R$ 8 bilhões. O deputado lamenta que o cidadão esteja doente, mas a perícia o obrigue a trabalhar assim mesmo.
“É um estado de crueldade com os pobres, enquanto temos a informação que as 500 maiores devedoras da Previdência pública devem mais de R$ 600 bilhões a Previdência, entre eles a Rede Globo. Friboi, Bradesco, Itau, Itaipava, grandes empresas que devem esse valor. Ao invés de cobrar R$ 600 bilhões para equilibrar as contas da Previdência, ele está fazendo isenção de contribuição previdenciária para empresas grandes dizendo que é para gerar emprego”, disse.
De acordo com Gualberto, até a Rede Globo, segundo ele a madrinha do “golpe”, divulgou um acordo pelo qual o presidente receberia, durante 20 anos, R$ 500 mil, todas as semanas. O parlamentar lembra que houve delação premiada neste sentido.
“Os delatores falaram isso e começaram a entregar as malas aos deputados aliados dele. Aqueles que pensavam que em nome do combate à corrupção destruir o projeto de um país, afastar o governo Lula e que tudo se encerraria, estamos vendo que sobre Temer e Aécio e tantos outros a corrupção está ali como forma de enriquecimento ilícito e não tão somente para caixa dois de campanha. A coisa é mais grave. Até eles não imaginavam que iam se debruçar sobre essa situação”, disse.
