“Entrevista uniforme”: Danielle Garcia, candidata a prefeita de Aracaju pelo Cidadania
Por Joedson Telles
Buscando contribuir jornalisticamente para que o eleitor conheça melhor os candidatos e candidatas à Prefeitura de Aracaju, o Universo publica a chamada “entrevista uniforme” com todos que, gentilmente, aceitarem expor suas ideias nesta página. A exemplo das eleições para governador de Sergipe, em 2018, as mesmas perguntas são feitas a todos que almejam administrar a capital, como forma de auxiliar na democratização do processo eleitoral. Nesta quarta-feira, dia 28, Danielle Garcia, candidata do Cidadania, é a nossa entrevistada.
Quem é Danielle Garcia e por que o eleitor de Aracaju deve votar na senhora?
Danielle Garcia é mulher, mãe de Maria, delegada de polícia há 19 anos. Formada em direito, mestre em direito público e especialista em estratégia e inteligência de guerra. Meu compromisso, de vida, é com a ética, a transparência e a verdade. Não sou candidata por sonho ou vaidade. Aceitei a missão para poder provar que é possível, sim, fazer uma política séria, comprometida, baseada em dados e evidências, em diálogo com a sociedade, em parceria com os empresários, com eficiência, gastos reduzidos e muita, mas muita transparência. A decisão do eleitor é entre uma gestão que afunda a cidade, tem os piores índices de saúde, educação, mortalidade infantil, investimento público do país ou a chance de tirar Aracaju desta estagnação absurda, com a liderança de uma pessoa que você pode confiar. Minha palavra e honra não têm preço.
De forma resumida, quais as suas propostas para a saúde, educação, segurança e mobilidade urbana?
Saúde: A saúde está na UTI. Nosso objetivo principal é fortalecer a saúde básica. Iremos implantar 02 novas UPAs; na zona norte e na zona sul; implantar um centro de diagnóstico e exames por imagem, um dos maiores gargalos da nossa saúde hoje; implantar um centro de referência para o atendimento da mulher e da primeira infância; ampliação da capacidade de atendimento do Nestor Piva e do Fernando Franco e fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial… Educação: Reconstruir toda a educação do município. Por três ciclos consecutivos de mensuração do IDEB Aracaju é classificada como a capital com a pior educação do país. Um absurdo. Vamos reestruturar a gestão, reformar as escolas, formar os professores, valorizar o trabalho dos professores, fazendo inclusive o que a lei exige: o pagamento do piso salarial. Vamos abrir as escolas para os pais para que interajam com o espaço escolar e criar o programa “Agentes da Educação” para que os alunos tenham um acompanhamento mais próximo sempre que houverem dificuldades. Nessa pós pandemia teremos um cuidado especial com a saúde mental das nossas crianças e jovens também, com um programa específico nas escolas e uma equipe multidisciplinar dando suporte às unidades escolares… Segurança: Vamos fortalecer a guarda municipal. Hoje a guarda é basicamente patrimonial. Iremos aparelhar e treinar a guarda para que possa atuar nas comunidades, dando suporte às escolas e em parceria com as outras polícias. Iremos investir também em videomonitoramento e em programas integrados com outras secretarias para combate à violência infantil, contra a mulher e à população LGBT… Mobilidade Urbana: A cidade hoje é para carros e ônibus, sendo que o serviço do transporte público é caótico. Vamos fazer a licitação do transporte público. Aracaju tem a presidência do consórcio municipal, fazer a licitação é uma questão de vontade política. Além disso vamos ampliar consideravelmente o volume de ciclovias na cidade. Outra medida será a regulamentação do trabalho dos taxi lotação, moto táxis e motoristas de aplicativo.
Quais as obras estruturantes que precisam ser edificadas em Aracaju? A senhora se compromete em executá-las?
O que já começou tem que terminar. Concordando ou não com a decisão tomada pelo gestor anterior não temos como parar obras já iniciadas. Iremos analisar os contratos, isso sim. E havendo irregularidades serão refeitos.
Neste primeiro momento o nosso objetivo não é fazer grandes obras mas sim revitalizar tudo que está abandonado: são centenas de praças, parques e quadras. O centro que precisa ser completamente revitalizado. Precisamos renovar a alegria e o prazer de se andar pelas ruas de Aracaju e aproveitar seus espaços públicos. A cidade está abandonada.
Como o senhora pretende diminuir o desemprego em Aracaju?
Essa é uma das minhas maiores preocupações e estou desde março com uma equipe estudando modelos no Brasil e internacionalmente. Não existe fórmula mágica. Precisamos atuar em algumas frentes de forma paralela: fazer parcerias público privadas para fortalecer algumas áreas da cidade; captar recursos e investimentos através de uma agência de fomento; investir na qualificação profissional e criar programas de micro crédito para micro e pequenos empresários com o aval da prefeitura e redução de juros. Tudo isso será feito numa secretaria de Desenvolvimento Econômico que também cuidará do desenvolvimento do empreendedorismo e inovação na cidade; do desenvolvimento do turismo (ou sua reestruturação porque também foi abandonado pela atual gestão) e da valorização da nossa cultura como potencial de geração de renda.
Como reduzir a desigualdade social na capital?
Com oportunidade. Precisaremos qualificar as pessoas e gerar oportunidades de emprego. Mas, além disso, precisamos resolver a questão da nossa educação. A atual gestão mata a oportunidade de nossas crianças e jovens terem um futuro melhor, de sonharem, de terem o poder de escolher o que querem ser e fazer. Segundo o INEP/MEC, 74% das crianças terminam o 3° ano do ensino fundamental sem saber ler adequadamente ou fazer contas básicas de matemática. Não tem como reduzir a desigualdade sem provocar uma mudança drástica na educação do município. Atuaremos também em outras áreas, como habitação, saneamento e saúde. Nosso povo precisa de dignidade para viver. Temos mais de 33 mil famílias vivendo em habitações precárias. São mas de 100 mil pessoas vivendo na pobreza. Tudo isso precisa mudar. Mas para acontecer é preciso coragem para fazer o que é certo e necessário.
Quais as fontes dos recursos para a realização das obras e ações previstas no seu plano de governo?
Primeiro, a prefeitura é superavitária. Ela tem recurso mas não investe. A máquina é inchada e existem desperdícios. Então a primeira fonte de recurso virá da reestruturação interna e do corte de gastos supérfluos. Segundo, Aracaju hoje tem uma capacidade de captação de recursos baixíssima. Teremos, na secretaria de Desenvolvimento Econômico uma Agência de Fomento exatamente para captar recursos externos e atrair novas empresas e indústrias para Aracaju. Uma coisa eu garanto: não falta recurso. O que falta é a vontade política para fazer o que é necessário.
Além do que já foi abordado nesta entrevista, quais são os pontos principais de uma possível gestão sua, a partir de janeiro de 2021?
Primeiro transparência. Hoje, Aracaju tem uma das piores transparências do país. Isso ficou explícito agora na pandemia com o índice de transparência sendo divulgado semanalmente e Aracaju sempre aparecendo nas últimas posições. Teremos uma sub secretaria de auditoria e controle e reformularemos todo o portal da transparência para que seja fácil e acessível. Além disso iremos disponibilizar online todos os cadastros para exames e solicitação de vagas em escolas e creches. A farra da força política para vagas vai acabar. O cadastro será digital, com protocolo disponível online e aberto para que qualquer pessoa possa ver qual a sua posição na fila. Será uma gestão pautada na eficiência, com uma equipe altamente técnica, com metas e resultados compartilhados com a população e com ampla divulgação. Teremos diversos canais de consulta e aproximação da população com a prefeitura descentralizada em 08 regiões da cidade. Iremos trabalhar para a população Aracajuana e não por interesses eleitoreiros ou corporativos. Meu compromisso é único e exclusivamente com os aracajuanos e aracajuanas.
