Governador também voltou a negar a privatização da Deso ou do Banese
Por Luiz Sérgio Teles
Na tarde desta terça-feira, dia 2, o governador Belivaldo Chagas (PSD), durante a apresentação de mais uma edição do “Papo Reto”, ressalvando que nutre respeito pelos sindicatos que cobram reajuste para os servidores públicos, explicou que, no momento, não tem como atender o pleito. Ele defendeu o direito de o servidor reclamar, mas com respeito. “Não vou deixar de recebê-los, mas não posso, simplesmente, chegar para uma determinada categoria de servidores, porque vai para o palácio e bota um caixão, e ceder. Sergipe não tem hoje um centavo para fazer 10 metros de rodovia nova. Não dá pra viver arrecadando e viver só em função de servidor. Eu só vou anunciar qualquer tipo de recomposição salarial quando tiver garantia de recursos novos”, afirmou.
Segundo Belivaldo, há uma perspectiva de melhora no final do ano, mas, hoje, o Estado não tem um centavo em caixa para o pagamento do décimo terceiro do servidor público.”Como vou dar garantia de aumento? Eu sei que as diversas categorias estão reclamando porque estão há anos sem a recomposição salarial. Estou acompanhando a greve do Fisco. É uma falta de compromisso com todos os servidores e todos os sergipanos. Fazer diminuir a arrecadação financeira agora é complicar a vida de todos os sergipanos”, lamentou.
O governador comentou também uma publicação feita no Diário Oficial sobre um estudo mais profundo da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). O governador foi enfático ao afirmar que não se trata se privatização, como foi ventilado por alguns adversários políticos.
“Se pretendeu fazer lá atrás e o governador Jackson Barreto desistiu, eu fui contra, mas fui vencido. Eu quero conhecer a Deso por dentro e por fora. Estamos buscando eficiência, modernização e se necessário for mais a frente vamos terceirizar alguns serviços, mas não tenho no meu radar nada que faça privatizar nem a Deso e nem o Banese. É um compromisso que eu assumo. Já em relação a Sergás, precisamos discutir o modelo que está aí onde o governo funciona como a rainha da Inglaterra que reina e não governa. Quem manda é a Petrobras e o governo tem que engolir tudo. A gente vai rever o contrato pra saber se privatiza ou não. Estamos discutindo”, disse.
Gás em Sergipe
O governador comemorou a descoberta de novas reservas de gás em Sergipe e mencionou que, na próxima quinta-feira, dia 4, Sergipe sediará um evento, que já tem mais de 700 inscritos, voltado para o tema, e contará com a presença do ministro de Minas e Energia e do presidente da Petrobras. “A descoberta de gás vai dar tranquilidade por muito anos e poderá tornar o estado de Sergipe referência para o Nordeste e para o Brasil e de termos condições de sermos conhecidos como a nova estrela do gás do Brasil”, disse.
Belivaldo salientou que foi o valor alto do gás que inviabilizou a Fafen em Sergipe, mas que a descoberta de mais reservas fará o estado quase que independente e os futuros governadores não sofrerão tanto com a falta de recursos. “Eu quero ver nos próximos anos termos no Brasil milhares de caminhões movidos a gás. Estamos discutindo com empreendedores da termelétrica a possibilidade de termos no Brasil, e se possível no Nordeste e em Sergipe, uma montadora de caminhões a gás. Trabalhamos com a possibilidade de irmos à China conhecer a montadora e tentar atraí-los para o Brasil”, disse.
