Por Joedson Telles
O deputado federal André Moura (PSC) confirmou, nesta segunda-feira 14, na Ilha FM, que o senador Eduardo Amorim (PSC) autorizou aos aliados construírem uma candidatura sua a prefeito de Aracaju. O senador, que já havia transferido seu título de Itabaiana para a capital, pondera, contudo, que não está anunciando uma pré-candidatura, mas não se furta amadurecer a ideia.
A pergunta óbvia emerge: estariam senador e grupo dispostos a encarar o “projeto romper com João”, evidentemente, em tendo, digamos, um pré-apoio da população, o que pode ser atestado ou não através de pesquisas, ou o anúncio não passa do que a política define como balão de ensaio? O ar quente a colocar o balão nas alturas seria a última tentativa de forçar João Alves a abrir mão de ter José Carlos Machado como seu vice, em indo à reeleição, abrindo, assim, a vaga para uma indicação do grupo do senador.
Já foi dito e repetido inúmeras vezes que o projeto é impedir que João Alves dispute as eleições para o Governo do Estado, em 2018. Do mesmo jeito, já virou lugar comum falar que a intenção do senador Eduardo Amorim é ter o apoio de João Alves para sua reeleição de senador.
Seja qual for a intenção do senador, governo ou Senado, uma coisa começa a ficar cristalina: ele se vale, neste instante, do lugar comum que reza ser muito pior pensar que tem e não ter do que saber antecipadamente que não tem. Dito de outra forma: melhor para Eduardo saber, desde já, que João Alves não manterá a aliança sem Machado permanecer bem na fita. Nada de viver o suspense angustiante, e, ao final, não indicar o vice.
Não sei o que passa pela cabeça de João Alves, e a coisa complica ainda mais porque sempre que provocado sobre o assunto eleição, ele se sai com uma velha frase sua que ressuscita a cada eleição: “não falo nem sob tortura”. Todavia, como já deixei claro neste espaço, a amizade de João e José Carlos Machado é coisa de anos. É coisa de irmão. João não vai à disputa sem ele e ponto final. Se isso acontecesse, seria uma surpresa para o próprio João Alves, dada a uma circunstância que não existe hoje.
João Alves não verbaliza, ao menos nos holofotes, mas entre José Carlos Machado e Eduardo Amorim e seu grupo, fica com Machado sem pensar. Qualquer pessoa minimamente informada sobre a história política de João e Machado pode fazer essa leitura. Parece que o senador Eduardo Amorim e os seus aliados começam a perceber isso também. Agora, ao que tudo indica, a coisa anda.