Agamenon denuncia que 344 professores inventam doenças e apresentam atestados para não trabalhar. Mas recebem
Agamenon: graves acusações
Por Joedson Telles
Um justiceiro em prol da boa educação ou um leviano insensato inimigo dos professores? O vereador Agamenon Sobral desfila pelas mentes das pessoas que acompanham seu trabalho na Câmara Municipal de Aracaju a alimentar a dúvida em questão. O parlamentar, sem nenhum constrangimento, parece gostar da fama de algoz dos professores – ou pelo menos dos maus professores, como argumenta ao ser acossado sobre o tema.
A nova dose de animosidade que se diverte em construir com os professores, sobretudo com o Sintese, foi aplicada na manhã desta terça-feira 27, quando usou a tribuna daquela Casa e, de alto e bom som, acusou 344 professores de forjarem doenças, apresentarem atestados médicos e, simplesmente, não trabalhar, apesar de, ao final do mês, o dinheiro suado do contribuinte desembarcar em suas contas. Molinho, a julgar pelas declarações do parlamentar.
“Educação e saúde pública são casos de polícia. 344 professores estão de licença médica, 30,60, 90, 120 dias. Isto é roubo. É roubo. Está lesando o Estado, com a conivência do secretário de Educação do Estado (Belivaldo Chagas).”, afirmou Agamenon, assegurando que há professores na relação que estariam dando aulas em escolas privadas.
“344. Todos eles para não trabalhar no Estado. Aí não tem educação que ande. Outra denúncia: uma professora de história do Estado, lotada em um determinado colégio, recebendo um contra-cheque por este colégio, mas, ao mesmo tempo, tem outro contra-cheque da Secretaria de Educação. E tem frequência no boletim como se estivesse em sala de aula. É petista ferrenha. Lotada, mas não aparece. Só a frequência dela que aparece. Membro do Sintese”, assegurou.
Creio que, a menos que tenha, de fato, em mãos provas inquestionáveis do que está a ajuizar, o vereador Agamenon Sobral, assim como de outras vezes, peca pelos excessos. Joga lama em uma categoria com importância ímpar na vida de qualquer pessoa. Se o Sintese emite sinais de que joga a tolha, ou por covardia ou por não ter argumentos para Agamenon, espera-se que algum professor sinta-se ofendido e, pelo menos, exija o chamado ônus da prova. Em determinadas situações o silêncio é cúmplice.
P.S. A última vez que este espaço foi aberto para o vereador Agamenon Sobral tratar do mesmo tema, procuramos o Sintese e o silêncio foi a resposta. Continuamos abertos a versão do Sintese para as graves acusações. O secretário Belivaldo Chagas também tem o espaço. É só usá-lo.
