Por Joedson Telles
A política tem das suas. Ou é a vida quem tem das suas e a vida é política? Nem sempre política partidária, mas a vida é política? Divido dúvidas e pressuposto com os botões: e agora, João? Ex-ministro, governador de Sergipe por três mandatos, duas vezes prefeito da capital… Mas e agora, João?
O poder, João conhece como poucos e a muitos ajudou com ele em mãos. Se não elegeu quase todos os políticos de expressão deste estado, ao menos ajudou a elegê-los.
Desde que colocou os pés na vida pública até a sua desastrosa gestão à frente da Prefeitura de Aracaju, deu emprego a tanta gente que não terminaria este texto se fosse desafiado a nominar um por um.
A lista só não seria maior que a relação das pessoas que ele ajudou de alguma forma. Direta ou indiretamente. Muitos sequer mereceram. Outros o traíram. Ainda há os que aproveitaram João no banheiro para aprontar. A propósito, o comentário no estado é um só: pelos menos três deles vão parar na cadeia. É questão de tempo. Plantou, colheu. Não é assim a vida?
Obras? Obras edificantes? Juntem aí todos os adversários num saco de embalar pão francês, somem os feitos e comparem com o que João sozinho fez por Sergipe. Vá! Faça o teste. Aposte.
Mas com tudo isso, e agora João? No ostracismo, o maior político de Sergipe, queira ou não quem não gosta dele, volta a ter uma oportunidade ímpar de saber quem, de fato, é seu amigo, e, evidente, se decepcionar com aqueles bajuladores que colam quando o poder é garantido nas urnas, mas abandonam o navio bem ao estilo ratos no momento mais difícil. “Na solidão de casa descansar. O sentido da vida encontrar”, diz o poeta Zé e socorre bem neste instante…
O João de hoje ainda sonha com o Governo do Estado. É político, não é mesmo? Já perdeu e ganhou eleição. Se disputar e perder mais uma, não mudará praticamente nada. Mas em vencendo, suponho que ele acredita que pode voltar a ser o João do passado. O tocador de obras que ofuscaria o João da pior administração da história de Aracaju.
Mas a pergunta que emerge de pronto é a seguinte: se não há dúvida que João falhou na Prefeitura de Aracaju porque foi engolido e perdeu o comando, quem garante que a tempestade que provocou este atropelo passou?
Dito de outra forma, o que levou João Alves a não ter forças, controle sobre a situação estaria ausente ou mais presente ainda num suposto novo governo seu?
Sejam lá questões relacionadas à saúde, à idade, à traição ou a qualquer coisa imaginável estariam superadas? João conseguiu ou consegue até 2018 se livrar da pedra que esteve em seu caminho quando prefeito de Aracaju? O que ele poderia oferecer a Sergipe neste momento? Eis o enigma. E agora, João?