Por Joedson Telles
Vejam as palavras do vereador Thiaguinho Batalha (PMB), já já entro em campo.
“Por motivo de força maior, comunico a todos o adiamento do projeto ‘Ação Cidadã’, que seria realizado, neste sábado, dia 8, no conjunto Veneza, para uma nova data a ser realizada no mês de maio em comemoração ao Dia das Mães”.
No gramado. Se não estou enganado, pelo batismo “Ação Cidadã” entende-se, obviamente, que seriam realizados hoje – e serão amanhã – trabalhos pelas mãos do vereador em benefício da comunidade. O que já é um bom sinal.
Já os motivos que levaram Thiaginho a cancelar a atividade são de conhecimento público. Circulou e circula nas redes sociais – e até em emissoras de rádio – um áudio de um telefonema através do qual Thiaguinho passa um pito daqueles num suposto cabo eleitoral, que criou problemas, imaginem, pelo fato de o seu nome não aparecer em uma mísera faixa. Coisa pequena. Vaidade pura ou se trata de mais um que sonha com uma candidatura? O tempo responderá.
O fato é que, no áudio, o vereador emerge visivelmente irritado. Fala alto. Desafia o interlocutor e até lhe dirige palavras de baixo calão. Contudo, se para uns é motivo de críticas, opto pela reflexão.
Primeiro que é demagogia criticar qualquer pessoa por um momento de desequilíbrio. Exceto, evidente, mediante o cometimento de um crime – o que não é o caso de Thiaguinho. E lógico: mente quem disser que nunca perdeu a paciência com outra pessoa – às vezes até consigo mesmo – e falou o que não deveria. No mínimo, pensou.
Thiaguinho, assim como todos os políticos do mundo, é igualzinho ao internauta que fita este texto e aos que sequer tomarão conhecimento destas linhas: Thiaginho é humano. Somos humanos.
Evidente, isso não quer dizer que o vereador está certo, ao agir “carinhosamente” com o suposto cabo eleitoral. Todavia, pecará imperdoavelmente quem emitir juízo de valor condenando sem pegar o contexto.
O áudio, evidentemente, mostra uma parte do conjunto, que pode, inclusive, ser menos de 10%. Será que Thiaguinho enlouqueceu? Pegou o telefone, sem mais nem menos, e decidiu atacar um inocente? Partiu pra cima sem motivo algum?
A propósito, o vereador deu lá suas explicações. Se convenceu ou não é entre ele e a população. É problema do próprio Thiaguinho. Aqui nos cabe observar que o jornalismo também tem o papel de contextualizar os fatos, e não é correto condenar o vereador e inocentar o suposto cabo eleitoral (ou vice-versa) sem que provas irrefutáveis sejam postas à mesa.
